quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Maior mudança em 15 anos e melhoria no conforto: Novo Pálio

A resposta da Fiat para uma possível ameaça de compactos chineses e para a baixa das vendas de um de seus modelos de maior sucesso no Brasil chegou. É a nova geração do hatch Palio, a maior mudança que o carro já sofreu em 15 anos de existência.

O modelo já está nas concessionárias por preços a partir de R$ 30.990 e a versão topo de linha sai por R$ 42.490. "Fazer um carro diferenciado, confortável, muito bem equipado e bastante competitivo foi o nosso objetivo para ter um carro agressivo que atinja os segmetos A e B", diz o diretor de vendas da Fiat do Brasil, Lelio Ramos, sobre o lançamento.

O presidente da Fiat do Brasil e Mercosul, Cledorvino Belini, afirma que o projeto custou R$ 1 bilhão. Somente R$ 300 milhões foram para a adaptação da linha da fábrica da Argentina, onde o carro também será produzido. A fábrica de Betim, em Minas Gerais, já está preparada para produzir entre 8 mil e 9 mil unidades por mês do carro, volume que está previsto para atingir já em fevereiro do ano que vem. "Nossa previsão é vender por mês 14 mil unidades do modelo, contando com cerca de 5 mil unidades do Palio Fire, que continuará em linha mesmo com a carroceria antiga", acrescenta Lelio Ramos.

Os dois principais destaques da nova geração do Palio são design e espaço interno, graças a modernizações da nova plataforma. Mas outros atributos positivos da novidade provam que a Fiat sabe muito bem fazer modelos compactos para brasileiros e que, com erros da versão de 2008, aprendeu muito. Nada como voltar às linhas europeias para o carro desbancar a concorrência em atratividade. Em outras palavras, o novo Palio ganha pontos no quesito "amor à primeira vista". O design mistou elementos do 500, Uno e Punto, como grade frontal, faróis e vidros que não seguem a linha lateral da carroceria.

No que diz respeito ao "apelo racional" do hatch estão os itens de série, com pacotes de equipamentos bem recheados. Para se ter uma ideia, a versão básica vem de linha com para-choques, retrovisores e maçanetas na cor do veículo, direção hidráulica, pneus ecologicamente corretos, desembaçador temporizado e limpador lavador traseiro, brake-light, comando interno de abertura do porta-malas e do reservatório de combustível, computador de bordo A e B (com indicadores de distância, consumo médio, consumo instantâneo, autonomia, velocidade média e tempo de percurso), relógio digital, iluminação no porta-malas, retrovisores externos com comandos internos mecânicos, entre outros.

Entre os opcionais estão ar-condicionado, volante em couro com seis comandos de rádio, para-brisa térmico, vidros elétricos dianteiros e/ou traseiros, travas elétricas nas portas e trava automática que é acionada a uma velocidade superior a 20 km/h, retrovisores externos com regulagem elétrica, sistema de abertura elétrica do porta-malas, airbag para motorista e passageiro dianteiro, ABS nos freios, sensor crepuscular, sensor de chuva, espelho retrovisor interno eletrocrômico, dois modelos de auto-rádio CD player (um com entrada USB e para iPod), rodas de liga-leve 14”, faróis de neblina, spoiler, chave tipo canivete com telecomando e outros equipamentos de conforto e estilo.

De diferencial, a versão Attractive 1.4 traz trio elétrico de série, além de volante com regulagem de altura, faróis de neblina, apoia-pé para o motorista, porta-objetos móvel, porta-óculos etc. A intermediária Essence vem com todos os equipamentos de série da versão Attractive 1.4, mais ar-condicionado e detalhes cromados no interior, banco do motorista com regulagem de altura, indicador de temperatura externa e rodas de 15”. Já a versão Sporting traz detalhes estéticos esportivos, como aerofólio preto na traseiro, mini-saias laterais, moldura cromada no para-lama dianteiro e ponteira de escapamento dupla cromada.

Três melhorias fundamentais inovam na nova geração: espaço interno maior, grande redução do barulho na cabine e melhor posicionamento do volante em relação ao motorista. Mudanças que o G1 conferiu pelas ruas de Belo Horizonte (MG). A posição de dirigir melhorou bastante em relação ao Palio anterior, mas ainda há pontos na ergonomia que podem ser melhorados, como as alavancas de ajustes dos bancos, que por não serem muito precisas fazem com que o motorista demore para achar uma posição confortável.

Outro item que atrapalha é o botão de ajuste dos retrovisores, que força a pessoa a tirar as costas do banco para fazer ajustes. A regulagem de volante, opcional apenas na versão 1.0, é um item bom, mas poderia possibilitar mais angulações. Apesar disso, o conforto para passageiros e motorista é grande e, sem dúvida, faze com que o carro cumpra a proposta de "migrar" para um segmento superior ao do seu antecessor. Destaque para o espaço para as pernas.

A Fiat acredita que 50% das vendas serão da opção de entrada, com motor Fire 1.0 EVO, o mesmo que estreou no novo Fiat Uno. Se abastecido com gasolina, o carro tem potência máxima de 73 cavalos e torque máximo de 9,5 kgfm a 3.850 rpm. Com etanol, a potência é de 75 cv e o torque máximo, de 9,9 kgfm a 3.850 rpm. Como todo 1.0, nota-se dificuldades na subida e nas arrancadas, mas o ponto positivo para a cidade é que o ar-condicionado ligado não roubou muito o fôlego do motor. Aquele duro hábito de desligar o ar para subir ladeiras não foi necessário.

Porém, a versão 1.4 mostrou ser muito mais esperta e muito mais firme no chão e na pegada ao dirigir. Por causa disso, a versão Attactive 1.4 é o melhor custo-benefício da nova geração. O Fire 1.4 Evo equipa outros modelos da marca, como o Fiat 500. Usando gasolina, a potência máxima é de 85 cavalos e seu torque, de 12,4 kgfm a 3.500 rpm. Com etanol, a potência é de 88 cv e seu torque, de 12,5 kgfm a 3.500 rpm.

Já o motor disponível para as versões Sporting e Essence é o 1.6 16V E.torQ Flex, com potência de 115 cv e torque máximo de 16,2 kgfm a 4.500 rpm rodando somente com gasolina. Com etanol, sua potência é de 117 cv e o torque, de 16,8 kgfm a 4.500 rpm. Com esse propulsor, a leveza do carro contribui muito para o bom desempenho, o que deixa o modelo "redondinho" o suficiente para concorrer fortemente com o irmão Fiat Punto ou até mesmo com o 500. Para a montadora, 30% das vendas do novo Palio serão de Attractiv 1.4. Já a versão Essence terá 10% da procura, a mesma participação no mix de vendas da Sporting.

Para completar o conjunto transmissão-motor, o câmbio manual ainda se mostra a melhor opção. Com alavanca e embregem menos molenga e bom encaixe das marchas, o carro ficou mais interessante. Porém, para aqueles que preferem que as trocas de marchas sejam feitas de forma automatizada, há o câmbio Dualogic como opção mais cara nas versões Essence e Sporting.


Versão Sporting é a opção esportiva do Palio (Foto: Divulgação)Somam-se a isso o brilhante ajuste que o time de engenharia fez na suspensão e as alterações na plataforma. O comportamento nas curvas está mais estável e, mesmo assim, absorve bem os impactos dos buracos no asfalto. Infelizmente, não foi possível testar o carro em estradas.

Conclusão
O Palio ganhou um novo patamar, com design arrojado, acabamento bem mais evoluído, sem rebarbas e com diferentes texturas, cores e materiais - fora as opções de customização que vão dos tecidos dos bancos aos detalhes no painel - e melhor dirigibilidade. O "grito" da Fiat para atacar o VW Gol e o chinês JAC J3 provavelmente surtirá muito mais efeito do que qualquer medida para aumentar o preço dos importados, como a elevação do IPI. Com o Palio revelado, agora concorrência e consumidores devem se preparar para a chegada, em breve, do sedã Siena, da Palio Weekend e da picape Strada.

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