sábado, 26 de novembro de 2011

Homens de '20 e poucos' estão sendo os preferidos de Mulheres de 30

Homens acompanhados de moças com metade da idade deles há tempos não causam mais burburinhos maldosos – a não ser que ele seja muito rico, e isso, aparentemente, nunca vai mudar.

Senhoras com caras mais jovens também estão se tornando algo corriqueiro. Mas uma mulher de 30 e poucos anos, linda e bem-sucedida, ao lado de um garotão na casa dos 20, que, muitas vezes ainda nem terminou a faculdade... Esses, sim, ainda enfrentam estranhamento. “Mas é um garoto imaturo, ainda mora com os pais. O que ela viu nele?”, alguém comentaria, certo de que o parceiro ideal deveria vir com um perfil maduro e uma conta bancária, no mínimo, compatível à dela. Pois se enganam.

De acordo com a antropóloga e pesquisadora Miriam Goldberg, a novidade é que as mulheres estão se desprendendo desse conceito e “padrão” de homem. “Elas hoje são fortes e poderosas, são as próprias provedoras. Olham para os caras de 20 em busca de outras coisas, como admiração, alegria, prazer, diversão”, diz. “Não necessariamente só os mais jovens vão dar isso para elas, mas, se encontrarem num deles, não será problema. Ampliou o leque de escolhas de mulheres de todas as idades – elas não precisam olhar só para cima.”

Eles, por sua vez, sentem-se atraídos pela personalidade, poder (financeiro, profissional), experiência e maturidade delas. “Os homens dessa idade dizem que não aguentam os ‘pitis’ das mais novas, que fazem beicinho e ficam bravas por qualquer coisa, são ciumentas. Para o homem que quer ter uma companheira para uma relação gostosa, as mais velhas podem ser excelentes. Ensinam, conversam mais”, afirma Miriam. Marie Claire ouviu a história de três casais que encontraram, apesar das diferentes fases da vida, um relacionamento estável e equilibrado.

VISÃO DELAS Homens da minha idade são acomodados, sem paciência e sérios demais. Não aparento os meus 33 anos e também me sinto mais jovem. Em junho, me casei com o Jonas, oito anos mais novo. Eu me lembro dele desde que era criança e nossas famílias se conheciam. Mas confesso que só quando ele fez 17 é que fui prestar atenção nele. Eu já tinha 26. Fui dormir na casa de uma amiga e ele estava lá. Engatamos uma conversa e tentei aconselhá-lo – ele estava tendo uma crise de adolescência. Ali começou uma amizade. Tínhamos muita afinidade, saíamos juntos, eu adorava a companhia dele. Mas era inviável nos relacionarmos porque, naquela época, a idade pesava demais. Parecíamos namorados, mas não tínhamos contato físico.

Depois de uns quatro anos, percebi que não conseguia mais me ver longe dele. Não queríamos nos iludir porque era lógico que não teria futuro com aquela história platônica. Aos 28, me obriguei a namorar um médico mais velho, com uma vida estável, o genro que toda sogra sonha. Mas só durou seis meses porque ele não tinha nada a ver comigo. Então comecei a pensar que afinidade era mesmo mais importante do que o ano de nascimento. Fugi para o Japão, onde fiquei um ano sofrendo de saudade do Jonas. Quando ele foi me buscar no aeroporto, em 2008, já estava adulto, com 22 anos (eu tinha 30). Comecei a considerar a chance de rolar algo, mas ele não tinha coragem de revelar que estava apaixonado porque achava que não tinha nada para me oferecer. Só conseguiu falar por e-mail o que sentia há dois anos, depois que ficamos. Daí engatamos o namoro.

Um ano e meio depois, nos casamos e ele se mudou para o apartamento em que eu já morava sozinha. O único choque veio da minha sogra: para ela, eu era como uma irmã mais velha do Jonas. Dizia que ele era um garoto, sem estabilidade financeira. Só que o que valia para mim era a maturidade dele. Claro que, se pudesse escolher, gostaria de ter dez anos a menos para evitar esse preconceito e até a minha insegurança – principalmente em relação à opinião dos amigos dele. Mas sei que tudo isso é bobeira. Gosto dessa energia do Jonas, do quanto nos divertimos juntos. Queremos engravidar daqui a um ano, o pique dele me faz sentir completa.

E A DELE Eu era doido pela Talita, mas achava que era moleque para ela: estava na faculdade, ainda não dirigia, não trabalhava e vivia de mesada. Pensava que seria legal namorá-la, mas o que eu poderia proporcionar? O bom-humor que ela não tinha com homens mais velhos? Eu sentia um deslumbramento quando olhava para a vida dela.

Admirava a independência, achava a Talita tão culta e boa de conversa, com uma postura de mulher mesmo. Coisa que não via nas garotas da minha idade.

Desde novo, quando éramos apenas amigos, ela me levava para restaurantes e pagava a conta. Essa diferença financeira pesou bastante no início; eu não tinha coragem de pedi-la em namoro. Ainda hoje, casados, a Talita responde que eu não preciso ser o “macho provedor”. É claro que eu gostaria de pagar as contas de casa, só que não dá: ainda estou em desvantagem. Mas encaro como um desafio.

Entendo o susto da minha mãe. Quando contei sobre o namoro, ela achou que eu estava falando da irmã mais nova da Talita. Meus amigos zoavam, diziam que eu estava arrumando dor de cabeça. Mas sempre estive tranquilo com a minha decisão de ficar com ela.


Nathalia Ziemkiewicz
da Marie Claire

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